Os motivos de abandono da empresa:

Criar um Site Grátis Fantástico
Os motivos de abandono da empresa:

AS DIFICULDADES FINANCEIRAS DA EMPRESA

 

Durante o ciclo de vida, a maioria das empresas passam por fases de maior ou menor crescimento e nenhuma empresa está livre de se ver confrontada com períodos de dificuldades. Esta situação pode resultar da conjuntura económica, política ou social do momento ou então de dificuldades estruturais inerente à própria empresa, foi este último caso do convite que me endereçaram para ajudar a combater estas dificuldades.

A partir do ano 2009, comecei a ter dificuldades em receber determinados valores facturados de alguns clientes, a pouco e pouco a situação foi-se complicando.

Em finais de 2010 tivemos de recorrer ao tribunal, para conseguirmos receber o dinheiro das empresas que estavam em falta com a nossa empresa. O recurso ao tribunal foi devido as referidas faltas de pagamento serem de valores muito elevados e preocupantes. E ainda existiam outros devedores, mas por esses não valia a pena recorrer a tribunal, uns porque já estavam encerrados ou falidos e outros negociamos parcerias através de aquisição de materiais, etc.

Tivemos 4 casos em tribunal, conseguimos receber de 3 empresas e desses valores apenas recebemos 75% do valor total.

Mas o motivo mais graves, para a empresa estar a passar uma fase de dificuldades financeiras, era devido ao comportamento de três sócios. Dois dos sócios em conluio com o terceiro sócio, que era o responsável pelos orçamentos ocultavam os valores reais dos orçamentos.

Como eu também era sócio além das responsabilidades normais de um sócio, a minha tarefa no dia-a-dia era “empregado de escritório". Além de todas as dificuldades devido aos clientes incumpridores, estávamos numa fase de bastante trabalho com muitas obras em mão em França, mas o dinheiro “não entrava”. E o facto de as obras ser em França fazia com que fosse mais complicado para mim perceber o porquê de não se receber o dinheiro, pois não tinha contacto directo com os clientes. Mas como a empresa também era “minha” e tinha responsabilidades sobre a empresa, foi então que me apercebi que tinha de realizar uma análise profunda a toda a documentação para descobrir o que realmente se passava. E foi nesse processo que descobri a incompatibilidade de contas reais e orçamentos das obras angariadas por estes sócios, apercebendo-me assim de um desfalque por parte dos mesmos. O que motivou a minha intenção de saída da empresa.

Tentei, resolver a situação difícil que a empresa estava a passar propondo um projeto de apoio às PME, que recusaram.

Com este apoio as pequenas e médias empresas (PME), que se encontrem em dificuldades financeiras, podem recorrer a vários programas fornecidos pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI). Um dos programas de recuperação apresentados pelo IAPMEI era o Sistema de Incentivos à Revitalização e Modernização Empresarial (SIRME), dirigido à dinamização de operações, de fusão e aquisição de parte da empresas em dificuldades, ficando assim o Estado também a ser “sócio” da mesma. Podíamos ter acedido a um destes programas, e quem sabe se não teríamos conseguido dar a volta por cima, MAS, existe sempre um mas, e eu estava esgotado e sem forças para lutar com pessoas sem carácter. Depois disto tudo que se estava a passar “bem na frente dos meus olhos”, acabei por pensar em mim e na minha família, e tomar a decisão final… sair da empresa.